QUEM SOU EU...


"Ninguém pode calar dentro em mim esta chama que não vai passar, é mais forte que eu e não quero dela me afastar....



Eu não posso explicar quando foi e nem quando ela veio, mas só digo o que penso, só faço o que gosto e aquilo em que creio..."(Maysa)



Com as outras dores fazem-se versos...com as que doem,grita-se! (Fernando Pessoa)













Quem "grita" como eu......

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Morte


"A morte, por si só, é uma piada pronta.
Morrer é ridículo.

Você combinou de jantar com a namorada,
está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem,
precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no
carro e no meio da tarde morre. Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia:
MORRER!!!

Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio
estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve
lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física,
quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para
estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer
da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora
de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...

De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway,
numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.
Qual é?
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém,
sem ter dançado com a garota mais linda,
sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.

Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e
penduradas também algumas contas.
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas,
a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.

Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce,
caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina,
começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte
costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã.

Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o
sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não
acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase
nada guardado nas gavetas.
Ok, hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão,
desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero.

E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver.
Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida... Perdoe... Sempre!!!"


Pedro Bial,postado por Sonia Regina

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sonhos coloridos







Eu sei, eu sei
dos sonhos coloridos
sonhados todo dia
em cada adormecer.

Eu sei, eu sei
de sonhos encantados
todo dia sonhados
sem querer despertar.

Eu sei, eu sei
que os sonhos acontecem,
é só acreditar,


um dia eles vêm
enfeitados de luz,
trazendo alegrias
sem que se precise
sequer adormecer.

Eu sei: basta sonhar,
ter fé, esperar e
ver acontecer!

*


Sonia Regina, 23/08/1993

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jabuticabas


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos a limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final!Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Já não tenho tempo para ficar explicando aos medianos se estou ou não perdendo a fé porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus.
Caminhar perto delas nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Ricardo Gondim,postado por Sonia Regina.

sábado, 22 de novembro de 2008

Mensagem


Eu estou aqui!
Eu quem lhe fala
de "lonjuras" imateriais
que, na verdade, não existem.

A vejo tão triste,
tão cismada a meditar
nas razões que traçaram caminhos.

Deixa os motivos de lado,
apenas usa o caminho
preocupada em avançar.
Segue, sempre, adiante
sem sequer se perguntar
onde a estrada vai levar.

Caminha sem olhar pro lado,
sem buscar trilhas
ou perder tempo em descansar.
Aprecia os horizontes,
o pôr do sol, o alvorecer.

Se a vista não permitir
apenas segue o caminho
ajudando a quem precisa-
quem sabe ? - só de um sorriso,
de um olhar terno,
um gesto de amizade.

Os motivos não importam,
eles não curam feridas.
O que nos faz ser melhores
traçar os próprios caminhos
é seguir, sempre, buscando
ser melhor em nossa vida!
*

Sonia Regina, 20/12/1994

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sobre a Amizade


"Vosso amigo é a vossa necessidade satisfeita.
Ele é vosso campo,que semeais com amor e ceifais dando graças.
E ele é vossa mesa e vossa lareira.
Pois a ele vos achegais com fome,e nele procurais a paz.

Quando vosso amigo expõe sua opinião,não temeis o "não" que está em vossa mente,nem segurais o "sim".
E quando se mantém em silêncio,vosso coração não para de ouvir seu coração;pois na amizade todos os cuidados,desejos e esperanças nascem e são partilhados sem palavras,em uma alegria não declarada.


E quando vos separais de vosso amigo,não fiqueis aflitos;pois aquilo que mais amais nele,ficará mais claro na sua ausência,como para o alpinista parece mais clara a montanha vista do plano.
E que não haja outro propósito na amizade que o aprofundamento do espírito,pois o amor que busca outra coisa que não a descoberta de seu próprio mistério,não é amor,mas uma rede armada,que apanha só o inaproveitável.

O que há de melhor em vós,que seja para o vosso amigo.
Se ele deve conhecer a vazante de vossa maré,que conheça também a enchente,pois o que seria vosso amigo se apenas o procurásseis para matar o tempo?
Procura-o sempre com horas para viver,pois ele é para preencher vossa necessidade,não vosso vazio.

E,na doçura da amizade,que haja o riso,e o partilhar dos prazeres,pois no orvalho das coisas pequenas o coração encontra seu amanhecer,e sente-se refrescado."

Khalil Gibran,postado por Sonia Regina.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Retrato


Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo,assim triste,assim magro,
nem esses olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.


Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples,tão certa,tão fácil:
-Em que espelho ficou perdida a minha face?


Cecília Meireles,postado por Sonia Regina.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dons de Deus


Gabi é uma mocinha adorável, meiga, tranquila, prestativa e Deus a dotou de alguns talentos que ela explora com orgulho e muita alegria.




Ao nascer os prognósticos não lhes foram muito favoráveis: Deus a dotara, além dos talentos, com a síndrome de Down.





No entanto a vida, por ser perfeita, mostrou à sua mãe os caminhos para tornar falsos aqueles prognósticos. Ela saiu em busca de terapias, escolas, técnicos e todos os meios para que sua menina crescesse o mais sã possível.





Com a passagem dos anos Gabi mais e mais se desenvolvia. Aprendeu a ler bem, a escrever com alguma dificuldade, a se cuidar e ajudar nas tarefas caseiras, adora ler revistas de "fofocas" televisivas, conversa com todos e tem muitos amigos.






Gosta de assistir a DVDs, de música e de dançar. Deste talento falarei em uma outra ocasião.






Um dia, no grupo de convivência que frequenta surgiu uma nova oficina: a oficina de tapeçaria. Sua mãe colocou para a professora que ela não conseguiria, pois jamais havia segurado uma agulha comum, que se dizer de uma agulha para tecer tapetes?






A professora insistiu, alegou conhecer métodos específicos para aquele ensinamento e a mãe de Gabi se rendeu.





No início tudo era muito complicado: a agulha, as lãs, a tela,a tensão do ponto, muito difícil. Bem!Quem achava difícil era a mãe da mocinha porque ela mesma insistia e insistia. Aos poucos os trabalhos foram ficando mais organizados, mais esticados, os pontos mais regulares e as belezas foram surgindo...





De início tapetinhos para colocar sob o telefone, pequeninos painéis, bolsinhas...





Passou a trabalhar em tapetes para colocar ao lado da cama, mais coloridos, mais alegres, mais elaborados.



Quando sua mãe deu por si, Gabi já bordava lindos painéis, sem se preocupar com tamanho, caminhos para mesa, tapetes para chão e todos elaborados com muito capricho.





Hoje, sempre que lhe sobra tempo, pois faz muitas atividades, está às voltas com suas agulhas, lãs e telas e volta e meia indaga à sua mãe: - Não está lindo?





Gabi faz exposições mas não vende seus tapetes porque, infelizmente, as pessoas não dão o devido valor e desconhecem o custo do material.





No entanto, como é um espírito pleno de amor em si, Gabi resolveu o problema de sua mãe acomodar tantos tapetes em casa, que não é muito espaçosa. Quando termina um trabalho ela decide a quem presentear e os dá às pessoas que sabe apreciá-los. Já ofereceu a parentes, amigos, ao seu médico e, até mesmo, à moça que trabalha nos serviços domésticos na casa de sua irmã, que é uma pessoa muito sensível e calada, mas que ela percebeu o seu interior e a delicadeza com que a trata.






A mãe de Gabi tem muito orgulho deste talento oferecido por Deus e a Ele agradece pela filha e pela alegria que este dom proporciona à Gabi.






Sonia Regina.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Quisera


Quisera ter tido um homem.
Homem de pedras,
tijolos, cimento, mármore,
madeira e, porque não?
floreiras e flores.

Quisera ter conhecido
um homem
com alma
de valer a pena
construir um sonho,
vê-lo crescer,
transformar-se em realidade.

Quisera um homem
a quem pudesse
indagar, obtivesse respostas
e confiasse nelas.

Quisera um homem
de fala mansa,
sorriso largo,
preocupações saudáveis
no olhar
e sangue de verdade nas veias
e alma de poeta
e toque de escultor.

Quisera um homem,
um ser com sonhos
mesmo patéticos
a realizar...

Deus não quis,
não permitiu
e me transformei
em ser teimoso
que sonha feminino
e age como o ser
que eu, um dia,
quisera ter.


Sonia Regina, 21/05/1999

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

As pessoas,esse mistério


Eu inventei uma categoria. Chama-se:"as pessoas". Não está nos manuais de sociologia, nem nos livros de Freud. Não pertence a classes sociais, não excita ideólogos. As pessoas.

Não são a massa, tampouco o indivíduo. Não são turba, multidão, ajuntamento ou turma. As "pessoas" não se definem.

Elas estão entre os que sonham e não conseguem. São burras, feias, lindas ou inteligentes. As"pessoas" são o tempo passando em forma de gente. São os séculos desfilando em forma de vidas.

As pessoas estão na multidão, mas não são a multidão. Estão nos auditórios,salões da sociedade ou nos quadros dos pintores.

As pessoas consomem sem teorizar, amam sem saber, vivem sem cogitar. As pessoas respondem ao que lhes fala ao sentimento, dizem bobagens, grandezas, lêem subliteratura, lêem Proust, Drummond ou Rubem Fonseca, adoram Fernando Pessoa ou Brahms.

As pessoas não pensam, são. Não vivem, duram. Não falam, reagem. Não buscam, têm. Não sabem, agem. As pessoas são aquelas que nas fotos ninguém sabe quem são.

As pessoas estão. Ali, aqui, eu, tu, ele, nós, vós, eles.

Amar as pessoas em suas rugas e sonhos. Sentir o espasmo absurdo e maravilhoso de seu sentimento. Beber sua alienação. Entender sua grandeza.

São as pessoas, as que estão aí, vendo caladas e sonhando, sonhando, sonhando sempre e vendo caladas o tempo implacável passar sobre elas. São elas as que nos devolvem à média melancólica do que somos sem os vernizes de tanta coisa.

As pessoas estão aí: comendo, envelhecendo, amando, durando, indo ao psicanalista,entupindo-se de teorias e pastéis, curtindo shows, modas e circunstâncias, vivendo aqui e alhures, pagando aluguéis e rindo de piadas, crescendo as bochechas e tentando biografias, dando razão a educadores ou comprando CDs, batendo nos filhos e comendo sanduíches,passando, passando.

As pessoas não têm rosto. Rosto é ampulheta: implacável e indiferente.


Artur da Távola, postado por Sonia Regina.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A chave


*imagem do artista Orlando Lomardo
***

Não adianta tentar me prender,
não adianta tentar me calar,
não adianta, fechando esta porta,
tentar me impedir de caminhar.

Meu corpo fica triste,
tenso e preso,
e o meu pensar viaja,
passeia, sonha e vai
onde bem quer.

Não são portas nem palavras
que aqui vão me prender.
tenho um coração que pulsa,
posso te olhar e me fazer de nada
e, com o meu pensamento,
em nada te fazer.

Porque nada és,
sair por aí
pensando o que quiser,
brincando de voar.

Voando vou ao céu
e lá vou me encontrar,
juntar meus pedaços,
inteira viver o que,
sempre, me negaram.

Vou sorrir, me embelezar,
cantar, brincar, conversar,
tendo ao meu lado as pessoas
que desejar encontrar:
os que pela vida perdi,
os que a morte me levou,
aqueles que aqui em baixo
sequer percebi passar.

Os que pegaram o trem
em outro horário,
os que deixaram a casa mais cedo
ou que, num certo dia,
trocaram de caminho
ao sair pra passear.

Lá em cima vou receber,
quando sair no meu vôo
tudo que me foi negado
por ti, muito mais por mim.

Vou voar, voar bem alto,
só volto se desejar.

Por isso guarda tua chave,
teus gritos, teus egoísmos:
posso voar quando quero,
ninguém me pode impedir.

Posso ir onde, bem sei,
há a vida que sonhei.
Sou livre, tenho asas,
que certos olhos não vêem,
que mãos não podem podar.
**

Sonia Regina, 30/11/1991

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Cora Coralina e a homenagem às amigas


Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás.
Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno.

Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.

Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos depois que o marido, o advogado paulista Cantídio Brêtas, morreu, em 1934. “Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, autora do livro biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e otimismo.”

Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14 anos, cursou apenas até a terceira série do primário. Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi reconhecida, participou de conferências, homenagens e programas de televisão, e não perdeu a doçura da alma de escritora e confeiteira.

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HOMENAGEM ÀS MINHAS MELHORES AMIGAS BLOGUEIRAS

Hoje tenho a tarefa de aconselhá-las: sejam eternamente aquilo que vocês desejarem, sem que ninguém interfira nisso.
Quero que vocês vivam intensamente e que todos os sonhos de vocês se realizem.

Quero que vocês continuem assim!Que vocês sejam tristes, que dêem sorrisos atoa, que chorem de felicidade, que gritem de dor, quero que vocês tenham a mesma dignidade de sempre, que vocês consigam transparecer tudo, e que acima de tudo sejam intensas. E que vivam intensamente.

Façam dos sentimentos uma dádiva,ergam a cabeça,e tenham a simplicidade de admitir os seus erros.Errem! Errem muito, porque não há nada de errado nisso.
Sonhem com tudo aquilo que vocês mais desejam, desejem demais! Nunca tenham medo do que vocês possam ser.

Quando cair a noite,eu quero que vocês fujam,mas fujam de si mesmas,para não continuar sempre no mesmo lugar,sempre com as mesmas perspectivas.
Eu quero que vocês renovem as suas esperanças todos os dias.Eu quero que vocês sintam saudades dos velhos tempos,e que vocês percebam o quanto é importante ter amigos,o quanto é importante se sentir bem.

Eu quero que vocês chorem por amor,mas que vocês diferenciem grandes amores.Um fim de um grande amor é muito ruim,mas um grande amor não tem fim.
Eu quero que vocês estufem o peito por viver nesse mundo maravilhoso,que vocês contem a nossa história para todos que vierem perguntar sobre felicidade.

Eu quero que vocês tenham a coragem que eu não tive,que estufem o peito para canhões,quebrem o muro de Berlim,destruam as cátedras de Paris,e que defendam
as suas próprias palavras.

Eu quero que vocês contem muitas,muitas histórias porque a vida não tem graça sem uma boa história pra contar.
Quando vocês se sentirem tristes,saibam que vocês não precisam de ninguém para sentir a tal felicidade,mas que sempre que precisarem eu estarei aqui.

Desejo que vocês aproveitem o máximo a felicidade,que não esqueçam do universo,das lindas estrelas,que assim como elas,meu amor é imenso.
Desejo que vocês esqueçam o ontem e vivam o hoje. Porque o amanhã estará por vir e será muito mais lindo.

Lembrem-se que não há limitações para os sentimentos,amem intensamente,não tenham vergonha desses sentimentos,por mais simples que sejam eles são seus e tudo que vem de vocês é unico e inigualável. Aprendam que ninguém nunca vai deixar vocês tristes e que um dia de sol poderá mudar tudo.
Aprendam que com um pouquinho de amor,supera-se tudo. Tenham fé e percebam o quanto isso alivia e renova.

Todo dia enfrentem pelo menos uma coisa que vocês vão mesmo sentir medo. Saibam que os problemas são consequências de um ato,por isso pensem muito antes de fazer qualquer coisa.

Desejo a vocês noites de risos,de piadas,de brigadeiros. E que se um dia eu partir antes de vocês,olhem para o céu e lembrem-se:eu estarei sorrindo.
Não percam tempo com inveja,com falsidade,o bom mesmo é aquilo que vem de vocês, pois é puro e verdadeiro.

Agradeçam a seus pais, pela vida, pelo amor, pela alegria. E agradeçam mais ainda por serem eles que deram a linda vida a vocês, e que são eles as pessoas de quem vocês mais se orgulham, e que vocês admiram a coragem, o amor, as palavras mesmo que muitas vezes não batam com as suas.

Digam aos seus irmãos que o amor mais fraterno que existe é o deles, e estejam certas disso: eles serão os únicos que daqui a alguns anos,saberão mesmo lhes ajudar, lhes apoiar, e serão os padrinhos mais lindos para seus filhos, mesmo que talvez não recebam esta graça.

Digam tudo o que sentirem hoje, amanhã poderá ser tarde.
Não esperem vencer toda a guerra,todo o conflito,a angústia, mas lutem.
Sejam conscientes, e saibam que o mundo não gira em torno de vocês.
Quero que quando vocês esquecerem de mim, que pelo menos lembrem-se do quanto foi boa nossa amizade, e de quanta felicidade vocês me proporcionaram.

Amigas, vocês são a alegria de uma tarde vazia, vocês são pedras preciosas, vocês são flores de um jardim. Pra mim vocês possuem muito mais valor do que isso.
Sejam loucas e arrisquem tudo que for preciso pela felicidade de vocês! Jamais esqueçam, isso é só para os raros. Isso é só para vocês.

Eu desejo a voces, a felicidade mais pura e sincera que existe, muitas alegrias, muitos amores, que vocês sintam o quanto são especiais para mim. Desejo as minhas irmãs de alma, que a nossa amizade dure a eternidade, assim como meu amor. Lembre-se, estarei aqui para o que for necessário, em dias tristes ou felizes, vocês
serão para sempre as minhas estrelas-guia. Sejam raras, sejam eternas, sejam VOCÊS. Não duvidem nunca do quão especiais vocês são!

Queria dizer às minhas melhores amigas que elas são as pessoas mais bonitas que eu já conheci, e que conviver com elas é um privilégio.
Contar também que algumas das histórias que eu vou contar quando for velha referem-se a elas, e certamente são as mais engraçadas.

Queria dizer a cada uma de vocês o quanto são importantes. Seja pela força, pela energia ou pelo gênio. São algumas, que somam mil personalidades e um milhão de sorrisos. São muitas,que dividem mil segredos e um milhão de quilos do mundo. São muitas,que fazem as minhas noites mais divertidas e os meus problemas menores.
Queria dizer que eu sou uma soma de todas vocês.

Cora Coralina,postado por Sonia Regina.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Fome de letras


Sinto fome
de palavras
que me somem
no papel.

Sinto fome
de escrever,
de dizer
dos meus pensares,

como a fome
que é preciso
um pão para saciar.

As idéias
se embaraçam
e minha fome
de gravar
nesta folha
meu pensar
não encontra
uma migalha
uma casquinha
de assunto
que me possa saciar.


Sonia Regina,19/05/1994

domingo, 9 de novembro de 2008

Presentes

Esta imagem que ornamenta a abertura de meu blog é um trabalho de meu filho Orlando Lomardo, desenhista gráfico e artista plástico que a criou como homenagem à sua mãe que não cabe em si de orgulho pelo presente!

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Hoje é um dia especial para mim e para este blog. Completamos,ambos, duzentas postagens. Para mim é importante, pois quando criei este espaço não sabia, e ainda resta muito para aprender, coisa alguma sobre computação.

Ganhei o computador de meus filhos mais velhos que o instalaram e me disseram: - Vai mexendo em tudo que ele mesmo vai lhe responder às suas perguntas. E eu ,abusada que sou, resolvi fazer, para começar, um blog.

Confesso que para colocá-lo na tela fiz dezessete tentativas. Dessas todas consegui a proeza de constar no Blogger que eu os tenho em número de quatro, todos com o mesmo título e apenas um com textos, e eu, por desconhecer o que pode acontecer tenho receio de deletar os outros três e acabar com tudo, rsrs.

Essa não é a postagem de hoje é só a história do meu "...vou gritar pra todo mundo ouvir...". O meu post é uma homenagem aos meus filhos que me deram o presente que me trouxe tanta alegria, por ele mesmo e pela oportunidade de conhecer pessoas adoráveis e seus trabalhos que me aquecem a alma.
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PRESENTES


Lando, Dani e Gabi
três presentes que ganhei
sem saber que jóias eram.

Lando, menino mimado,
zangado e pouco apressado,
sempre, com tintas e cores
a enfeitar suas telas.

Dani, linda, brava, sorridente
tem, sempre, resposta pronta
a quem a queira magoar.

Gabi, com seu jeito manso,
faz-me parar pra pensar
se o normal, normal seria
ou se ela tão especial
é que normal se faria.

Meus três filhos,
três presentes
de Reis Magos invisíveis
trazendo à minha vida
risos, cores, alegrias
que todos julgam impossíveis.

Deus abençoe vocês
porque existem e são meus!
Deus mandou,
os recebi
e os quero pra sempre aqui.

Encabuladamente,
*

Sonia Regina,06/01/1992

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Gaveta de maluco


Resolvi mexer em uma de minhas gavetas,uma meio esquisista onde guardo objetos estranhos e que,sei,jamais farei uso.Entre os achados encontrei esta crônica que logo percebi porque estava guardada naquela gaveta específica.Repasso aos meus amigos porque apesar do título o autor é brilhante,a meu ver!

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Pertenço a essa estranha espécie existente entre os mortais que tem a mania de guardar inexplicáveis trecos nas gavetas. Admiro os cidadãos de mesa limpinha que têm coragem de jogar fora papéis, orações no verso de santinhos, vidros velhos de homeopatia, marcadores de livros com mensagens edificantes, benjamins para alguma utilidade, fio dental, radinhos de pilha velhos.

Eu não.

Acumulo-os por motivos misteriosos pois reconheço inexistir qualquer lógica ou coerência no ato. Há algo que dói ao jogar fora qualquer resultado do trabalho humano. E na dúvida, guardo. Fios velhos, pilha que não gastaram até o fim, clips enferrujados, um olho de boi contra a inveja e o mau olhado, um pente de osso reserva do principal que anda no bolso de trás, dois ou três comprimidos (com validade vencida...) para eventual acidez estomacal, uma régua velha rachada, os elásticos que recebi e não joguei fora, bloquinhos, uma prece milagrosa para Santo Antonio de Categeró que diz : “Oh Santo Antonio de Categeró, estendei Vossas mãos agora mesmo sobre mim, livrando-me dos desastres, da inveja e de todas as obras malignas”.

Lá podem ser encontrados, ademais: um caderninho com sugestões de remédios da flora que possivelmente nunca usarei mas me traz segurança tê-lo pois apresenta, entre tantas outras maravilhas curativas: a pomada cipó azougue, a pomada Calêndula, palavra que ademais é linda e fico a repetir, Calêndula, Calêndula, e aconselha ainda o afamado colírio de cinerária marítima que com um nome assim elegante deve possuir formidável poder de sarar. E um livrinho pequeno, de capa amarela, que há muitos anos recebi do trovista mineiro Waldemar Pequeno onde posso ler entre quarenta outras, esta graciosa trova:

"De todos os bens do mundo,
jamais se alcança o melhor.
Mas dos pesares da vida,
o nosso é sempre o pior."


Salve as minhas bugigangas! Mania de reter o que me parece latejar de boas intenções, espécie de “ter poético” ao qual raramente recorro mas do qual chego a sentir a pulsação de significados ocultos e meio mágicos. Coisa de doido, de poeta ou de velho mesmo.

Artur da Távola,postado por Sonia Regina,07/11/2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sala de aula



Gosto de te ver assim:
atenta,séria,igual,
pensando,somando,
escrevendo,apagando.

Gosto de ver teu esforço
e,eu sei,que és capaz,
sem medidas,
sem modelos,
de ser útil,progredir.

Gosto de te ver assim
entre outros
que alguns dizem
a ti não serem iguais.

Na medida do esforço
o teu vale mais e mais
pois é medido
em pedaços pequenos,
alguns tão miúdos
que a mim dão a impressão
de nascerem aquém de ti.


Sonia Regina,1992

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Prece


E que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio;que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca,porque metade de mim é o que eu grito,mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda ainda que tristeza;que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante,porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,apenas respeitadas como a única coisa que resta no homem inundado de sentimento,porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que falo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço;que essa tensão que me corrói por dentro seja,um dia,recompensada,porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é o que eu calo.

Que o medo da solidão se afaste;que o convívio comigo mesmo se torne,ao menos,suportável;que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que me lembro ter dado na infância,porque metade de mim é a lembrança do que fui e a outra metade...não sei.

Não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito e que o teu silêncio me fale cada vez mais,porque metade de mim é abrigo e a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer,porque metade de mim é a platéia e a outra metade é a canção.

Que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade...também!

Oswaldo Montenegro,postado por Sonia Regina,05/10/2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Palavreando...


Vera vida
vida virá
viva vida
vida verá

Vara a vida
virando
varando
sangrando
pedindo
sentindo

Orgulhosamente
Altivamente
Corajosamente
Eternamente

Amém!


Sonia Regina,1992

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Próximo


Existe um mantra em que se repete:"Próximo,Próximo."A medida que você expande o seu receptor e seu desejo aumenta,existirão desafios e situações desconfortáveis.

Você se sentirá rejeitado e ofendido.

O que você pode fazer é aprender sua lição e seguir em frente.

Ficamos desnecessariamente preocupados com problemas do passado,relacionamentos que não deram certo e traumas de infância.Diga:"Próximo!"E vá em frente.

Quando uma borboleta sai de seu casulo,por acaso ela leva o casulo consigo?

Próximo.Hoje,aceite a rejeição.Por mais que você se sinta queimando,siga em frente.

Quebre as cascas que rodeiam sua alma.E lembre-se de deixá-las para trás depois que elas se quebrarem.

Próximo.Levante,sacuda a poeira e deixe o que passou para trás.


Shmuel Lemle,postado por Sonia Regina,03/10/2008

NITERÓI, LUGAR ENCANTADO!!!

NITERÓI, LUGAR ENCANTADO!!!
Luar dando espetáculo na praia da Boa Viagem!"