Um a um aqueles a mim tão queridos
vão deixando a festa.
Hora do apagar das luzes
e eu, que não tenho caminho 
definido a seguir,vou ficando. 
Assisto às janelas serem trancadas,
as cortinas cerradas,
o chão varrido. 
Nada deve lembrar
os festejos que ali aconteceram.
Um a um os móveis são cobertos, 
os criados se despedem. 
Eu, permaneço ali,
em meio aos salões que brilharam
e sorriram para mim ou de mim. 
Confusa estou: 
sinto que aguardam que me retire
e eu, sem saber para onde ir 
não me atrevo a sair. 
Já não há festas, 
mas aqui tudo é quente e aconchegante.
Seria bom ter direções, 
saber qual caminho seguir
para encontrar aqueles que partiram... 
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Sonia Regina, 27/07/1991 

 
