
Precisava de você
hoje, em emergência:
do seu voo, leveza e ternura,
sua força contida, represada...
Precisava lhe olhar, mesmo sabendo,
que meu olhar, pra você, nada representa,
é apenas um olhar:
"...alguma coisa errada?..."
Não, animal à espreita,
nada está errado,
a não ser a sua distração
não o deixando escutar
o bater descompassado
de um coração cansado
por tanto tempo parado.
Surge você e ele se descompassa,
perde o passo, se despedaça e,
envergonhado se cala... isso passa...
No pensamento, sonhos tolos,
atrasados nos anos, no passar do tempo,
insistindo em criar lendas
e contos, de fadas e samurais.
Amo você tarde demais!!!
Sonia Regina, fevereiro 1990