

Ela compreendia que não entendessem o tipo de afinidade que tinha com os três filhos.Eram amigos,unidos com ela e entre eles.
Não poderia ser de outra forma ou não teriam sobrevivido a anos e anos de tentativas para encontrarem a paz,que entre eles sempre existiu.A vida é que tentava,o lado mau da vida,desarmonizá-los sem jamais o conseguir.A força deles era o Amor,a União,a "grudação" mesmo.
Pessoas não entendiam:mães cujos filhos deixavam passar mês ou mais sem lhes falarem,invejavam os telefonemas,quando não presenças quase diárias;filhos que não se preocupavam com opiniões ou agrados de suas mães ironizavam o cuidado,atenção,carinho e a importância com que sua voz era ouvida.
Ela entendia...poucas mães tinham a sorte do Amor presente dos filhos e ela também sabia dos ciúmes que isso despertava nos que não haviam provado deste viver e do medo que ela os influenciasse contra eles.
Ela entendia...mas eles não sabiam que se seus filhos estivessem felizes e tranquilos ela também estaria,fosse onde,como e com quem lhes amasse como eram.A união deles servia de chacota e irritava os que não faziam parte dela,e apenas porque não o desejavam.No Círculo de Amor deles todos eram bem chegados,desde que não tentassem separá-los.Era o grande erro dos de fora:tentar separá-los!Aí selavam seus destinos:ficarem de fora.
Seria tão fácil fazer parte de roda amorosa;bastava dar-lhes as mãos e cirandar com eles.
Ela entendia...eles não cresceram tendo de construir uma Muralha de Amor para se defender da insanidade,dos vícios do dia a dia da vida má.
Construiram suas vidas amparando-se uns nos outros,amando-se e sendo presentes sempre,compreendendo-se e usando muito a cumplicidade.
Ela entendia...e lamentava que os outros não os entendessem.Afinal,o Amor é só claridade e a luz não ameaça ninguém.Será?
Sonia Regina/2000