
Intrigam-me os eclipses lunares: Após algumas horas de escuridão o dia amanhece estalando de felicidade, luz, alegria. Constato, no entanto que muitas pessoas continuam a usar suas velhas roupagens: não se preocupam em baixar o tom da voz, em usar palavras leves, em não magoar os seus semelhantes.
O dinheiro continua comandando os humores e os sentidos.
A maioria sequer se preocupa em pensar em como o sol, após a tentativa de "apagamento" da lua, surge brilhante como sempre.
Com esses fatos ponho-me a pensar no poder do feminino: uma luazinha de nada frente ao sol imenso e poderoso o apaga, mesmo que seja por minutos e para os nossos olhos. Bom lembrar que esses minutos são os da trajetória da lua; caso durasse horas, dias ou a eternidade ele ficaria "apagado" pelo tempo que a lua-feminina determinasse.
Poder dos que caminham!
O sol permanece, sempre, em seu lugar com suas armas de fogo ameaçando a todos que ousarem encará-lo: a força pelo medo.
A lua suave e pequenina caminha e caminha e em seu caminhar consegue, além de alterar as marés, os nascimentos dos animais, o crescimento dos cabelos, o humor dos homens, o poder das mulheres, impedir o sol de brilhar...
Sonia Regina /1999