
...e essa brisa,com cheiro de outono, que obriga meu coração a sonhar.
Coração que já não sonha há tanto que desacostumou-se com a emoção.
Ah! quando essa brisa sopra perfumando o ar com o cheiro de folhas mortas e terras ávidas e quentes por recebê-las meu coração se derrete no aroma amigo daquilo que morreu para se renovar.
Daí a causa desse aperto no peito em um sentir que julgava morto. O outono o chama, o convida a morrer de uma vez tudo aquilo que o mata aos poucos para, quem sabe, mergulhar na terra fofa, hibernar e, como as sementes, na primavera renascer.
***
Sonia Regina/1993
Sonia Regina/1993